Novo Código Florestal: Você é a favor ou contra?

Por que eu comprei uma bicicleta?

Na verdade fui incentivada a pedalar. Confesso! Meses atrás não pensava nem na possibilidade, mesmo sendo eu, uma guria ligada às causas ambientais. Só que naquela época, eu não queria uma bicicleta. Eu queria um carro. Por quê? Ora, até então ninguém me incentivara ou demonstrara os benefícios de uma bike e as suas mil e uma possibilidades.

Realização pra mim, era a conquista de um carro, uma casa, um marido (!), todo aquele sonho de “família feliz da Doriana”. Vai dizer que desde a infância não é isso que te demonstram como significado de ter uma vida – de viver?

Mas voltando à bike, já me desprendi demais do assunto. Enfim chegou o dia em que eu fora reapresentada a uma magrela! U-A-U! Que sensação é essa? Que vento gostoso na cara, que adrenalina. A-U-C-H! Que dor, que cansaço, onde foi parar o ar dos meus pulmões? Eu ainda tenho pernas? (Risos)

Hoje percebo que sim, eu as tenho. E como as tenho! Pernas que me levam longe no espaço físico e mental. Hoje a bike é a minha terapia, meu desprendimento. Veja bem, é meu, é minha, sou EU!

Domingo passado acordei e saí pra pedalar – pedalo regularmente há duas semanas. Saí por aí, dezesseis quilômetros por aí. Desfrutei de um domingo diferente, não em frente à TV, revezando entre a cama e o sofá, esperando sabe-se lá o que. Domingo, eu simplesmente levantei e fui. Cinco para as duas da tarde, sentei no selim, apertei o capacete e pisei fundo pedal (momento poético).

Moro em Dois Irmãos, diríamos que é uma cidade serrana, na verdade é o início da serra gaúcha. Além de ser conhecida como “Um Doce de Cidade”, faz parte dos caminhos da Rota Romântica. Eu já havia passado muito por esses caminhos, de carro ou ônibus. Distraída, não percebia as belezinhas que estão por ali: muitos campos, uma antiga ponte de pedra, um cemitério de estilo gótico também antigo e subidas. Muitas subidas.

 

Green admirando a passagem do rio pela Ponte de Pedra

 

Recompesa: Vista total da cidade, após a subida da ladeira

 

Uma parada pra descansar e recuperar o fôlego. Sombra, água e banana.

 

Entrada Antigo Cemitério Evangélico

Túmulos em estilo Gótico.

Percorri sólita, aliás, acompanhada da minha bike, a quem carinhosamente chamo de Green – uma singela homenagem a esse blog e minha “postura” na rede mundial de computadores. Enfim, percorremos esses bucólicos caminhos que nos levaram ao bairro Travessão. No final do percurso saímos na BR 116, muito movimentada, mas linda com suas folhas de plátanos caídas, caracterizando uma pintura genuinamente outonal.

 

Que vista: Bela paisagem dos campos ao longo do caminho!

 

Finalmente desembocamos na BR 116 - Olha ali a plaquinha do bairro Travessão.

Que desafio! Foi necessário redobrar a atenção. Uma parada para um refrescante copo de suco de laranja natural na Tenda da Figueira, voltamos a percorrer as margens da rodovia. Exausta e extasiada, avistei a entrada principal de Dois Irmãos onde ganhei a companhia do amigo Ivan e sua magrela, num pequeno giro pela cidade.

 

Por fim, a recompensa!

Às dezenove horas cheguei em casa, após muita água e chão, finalmente poderia me recuperar a fim de me preparar para mais uma, das muitas aventuras que virão…

A História de Uma Rua, Parte I

A sua rua é asfaltada?

Essa pergunta é simples, podendo ser respondida de duas maneiras: SIM ou NÃO. Porém, a simplicidade termina ao analisarmos as respostas à essa pergunta.  Se o seu caso é sim – como é o meu – ótimo, você já deve estar acostumado aos benefícios que uma rua asfaltada proporciona e nem percebe a falta que ter uma rua asfaltada faz. Confesso, até hoje não me preocupava com essa questão.

Acompanho o projeto de um amigo que busca junto à prefeitura do município de Dois Irmãos, Rio Grande do Sul, o asfaltamento da rua onde ele reside. Antes de dar continuidade a história desse projeto, analisemos alguns dados (clique na imagem para ampliá-la).

Modos de Transporte – Brasil; Malha Rodoviária Brasileira – ABEDA¹

Estatísticas da Demanda por Asfalto – Brasil, ABEDA.

Segundo a Central Intelligence Agency (CIA – US), em publicação disponível no The World Factbook, com dados de 2004, a malha rodoviária do Brasil tem a extensão de  1751868 km, dos quais são pavimentados 96,353 km. Em nível mundial, o Brasil está na 4ª colocação, mas para fins de comparação, perceba que os Estados Unidos, país que ocupa a primeira posição do ranking mundial, possuem 6506204 km, dos quais, segundo dados de 2008, são pavimentados 4.374.784 km – sendo que, 73,238 km são vias expressas.

Lama em dias de chuva, nuvens de poeira em dias de sol. Estes são exemplos dos problemas enfrentados pelos cidadãos que pagam seus impostos, mas que não tem seus direitos respeitados, visto que, suas ruas não são pavimentadas.

A ideia do projeto que busca o asfaltamento da rua deste meu amigo surgiu após uma situação corriqueira na vida de qualquer um, mas que fora decisiva na dele: após uma ida ao supermercado.

“Não costumo dirigir com frequência, mas a última vez que o fiz, vi e senti como a Rua Edgar Ramisch foi esquecida. Zigue-zague passou a ser uma ação frequente pra quem dirige nessa rua. Como se não bastassem os buracos para os carros, as pedras desniveladas formam verdadeiros pedregulhos, ótimo para um bom tropeço ou torção de pé para os pedestres, o que, aliás, já aconteceu comigo.”

Ivan Bender, morador da rua e idealizador do projeto.

O curioso da história é que esta pavimentação de pedras irregulares foi providenciada pelos moradores, já que por parte da prefeitura do munícipio de Dois Irmãos, não houve nenhum interesse.

Andamento do Projeto

O primeiro passo do Ivan foi enviar um e-mail para a Secretaria de Obras e Serviço do município que, no tradicional estilo ‘passa pra lá e pra cá’, o encaminhou  à secretaria de Planejamento e Habitação de Dois Irmãos. Orientado a abrir um protocolo individual ou coletivo com abaixo-assinado, Ivan, optou pela segunda opção.

Recolhidas vinte e quatro assinaturas, o abaixo-assinado fora encaminhado e o protocolo aberto, no dia 30 de março de 2011. Segundo Ivan, são necessários 15 dias de espera até que se tenha uma resposta da prefeitura. Vamos ficar atentos…

Pavimentação Atual, R Edgar Ramisch. Imagem: Ivan Bender

Abaixo Assinado - Clique para ampliar

Imagens da Rua

Trecho não pavimentado

Buracos e pedras soltas

Fim da pavimentação

Notas:

1- ABEDA – Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Asfalto: Site

Política Nacional dos Resíduos Sólidos, Parte II, Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

Dando continuidade ao artigo publicado em 28 de março de 11, que trata da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, hoje complemento a segunda parte, sobre os planos de gerenciamento de resíduos sólidos.

A ABNT NBR – 10004:2004, classifica os resíduos como:

“Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.”

Os Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos são uma ferramenta para a gestão da limpeza pública, resultado de um planejamento que busca minimizar os problemas ambientais, econômicos e sociais causados pelos resíduos.  Os padrões de consumo e produção desenfreados aumentaram a variedade de resíduos persistentes no meio ambiente, segundo divulgação da Agenda 21, globalmente os resíduos devem aumentar consideravelmente quadruplicando ou quintuplicando até 2025. Durante todo o processo de desenvolvimento da humanidade, nunca se produziu tantos resíduos como atualmente.

Lixo Extraordinário, por Vik Muniz

Planos de Resíduos Sólidos

  • Plano Nacional de Resíduos Sólidos: Coordenação do Ministério do Meio Ambiente; Proposta preliminar: 23 de junho (06 meses); Consulta pública: 23 de agosto (60 dias); Revisão há cada quatro anos;
  • Plano Estadual de Resíduos Sólidos: Responsabilidade do Estado;
  • Planos microrregionais de resíduos sólidos e Planos de resíduos de regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas;
  • Planos Intermunicipais de resíduos sólidos;
  • Planos municipais de gestão integradas de resíduos sólidos: Responsabilidade do Município;
  • Planos de gerenciamento de resíduos sólidos: responsabilidade dos geradores/ empresas;
  • Planos de gerenciamento da construção civil serão regidos pelas normas de órgãos do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama).

Os 3 R’s

  1. Reduzir: Evitar o consumo desnecessário de produtos a fim de diminuir a quantidade de lixo gerado pela população;
  2. Reutilizar: Dar nova utilidade a materiais que na maioria das vezes consideramos inúteis e são jogados no lixo;
  3. Reciclar: Recuperar matéria-prima  à  partir do “lixo” para  fabricar novos produtos, seja ele industrial, agrícola ou artesanal.

Gerenciamento de Resíduos

Importante item de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA: ISO 14001), visa à diminuição dos impactos ambientais provenientes dos produtos e processos de uma organização, através da redução, tratamento adequado e destinação final dos resíduos.

Plano de Gerenciamento de Resíduos

É um documento integrante do sistema de gestão ambiental, baseado nos princípios da não geração e da minimização da geração de resíduos, que aponta e descreve as ações relativas ao seu manejo, contemplando os  aspectos referentes à minimização na geração, segregação, acondicionamento, identificação, coleta e transporte interno, armazenamento temporário, tratamento interno, armazenamento externo, coleta e transporte externo, tratamento externo e disposição final. O PGRS deve ser elaborado pelo gerador dos resíduos e submetido à análise do órgão ambiental para aprovação.

Estão sujeitos à elaboração de planos de gerenciamento de resíduos sólidos, os serviços públicos de saneamento básico, resíduos gerados nos processos produtivos e instalações industriais,  serviços de saúde – conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), resíduos de mineração gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios, estabelecimentos comerciais ou de prestação de serviços que gerem resíduos perigosos , empresas de construção civil, responsáveis por atividades agrossilvopastoris, etc.

Conhecer os resíduos gerados e classificá-los é o primeiro passo para iniciar um Projeto de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (RS), é importante saber as quantidades e que tipos de resíduos são gerados. Uma avaliação dos Aspectos e dos Impactos Ambientais também é muito importante. Aliás, Aspectos Ambientais são elementos das atividades, produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com o meio ambienta, já, os Impactos Ambientais são as modificações do meio ambiente, podendo ser benéficas ou adversas, que resulte dos Aspectos Ambientais de uma organização.

A classificação dos resíduos envolve identificá-los quanto à sua origem ou natureza e, também quanto ao risco à saúde pública e ao meio ambiente. Segunda a natureza, os resíduos podem ser Domiciliares, de Serviços de Saúde ou Indústriais. Já, segundo aos riscos à saúde pública e ao meio ambiente, os resíduos podem ser:

  • Classe I: Perigosos;
  • Classe II: Não perigosos;
  • Classe II – A: Inertes
  • Classe II – B: Não Inertes.

O PGRS deverá estar baseado nos princípios do 3 R’s (explicado anteriormente),  nos aspectos legais de gerenciamento de resíduos e nas políticas internas da organização. Dependendo o tipo de resíduos gerados pela empresa existem inúmeras leis nacionais, estaduais e municipais que servirão como referência para a documentação do PGRS.

A questão do estabelecimento dos responsáveis pelo PGRS também é muito importante, a pessoa que for escolhida responsável deverá monitorar e exigir o cumprimento das recomendações contidas no plano, visando a melhoria contínua.

E quanto ao manejo destes resíduos, quando o plano já estiver em execução? Bom, este projeto deverá ser realizado nas seguintes etapas:

  • Prevenção e minimização da geração de resíduos;
  • Geração (é inevitável);
  • Triagem e acondicionamento;
  • Coleta (transportador licenciado);
  • Tratamento;
  • Disposição final.

Outra questão importante é a Educação Ambiental de todos os funcionários da organização, aliás, todos os funcionários devem ter acesso ao PGRS, o que garantirá o correto funcionamento da atividade. Visando isso, são aplicados treinamentos com atualizações periódicas e são entregues materiais de apoio e divulgação do PGRS. O controle periódico, uma espécie de monitoramento que verifica a redução na geração dos resíduos, as formas de manuseio e a destinação é uma das etapas finais do PGRS. Inclusive, é interessante a realização relatórios.

Justificativa Legal – Resumida: (Nacional e Estadual, Rio Grande do Sul)

  • Lei nº 12.305 , de 2 de Agosto de 2010: Institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e dá outras providências;
  • Resolução CONAMA nº 313, de 29 de outubro de 2002: Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais;
  • Lei Estadual nº 9.921, de 27 de julho de 1993: “A  segregação  dos resíduos sólidos  na  origem,  visando  seu  reaproveitamentootimizado,  é  responsabilidade  de  toda a  sociedade e  deverá  ser  implantada  gradativamente  nosmunicípios, mediante programas educacionais e projetos de sistemas de coleta segregativa”.

Código de Cores para os Diferentes tipos de Resíduos


A Resolução CONAMA 275/2001 – Estabelece o  „código de cores para a segregação dos resíduos sólidos, como segue:

  • AZUL: papel, papelão;
  • VERMELHO: plástico;
  • VERDE: vidro;
  • AMARELO: metal;
  • PRETO: madeira;
  • LARANJA: resíduos perigosos;
  • Branco: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde;
  • ROXO: resíduos radioativos;
  • MARRON: resíduos orgânicos;
  • CINZA: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminável não passível de separação.

Para finalizar, gráfico de Recicláveis do Brasil – atualizado. Elaborado pela Prof.ª Dr.ª Luciana Paulo Gomes e apresentando à disciplina de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos, no curso de Gestão Ambiental da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).